sábado, 13 de setembro de 2008

o primeiro rehab

mês genérico, 2001: acordei chapada, com a roupa torta, em meio a garrafas de cerveja, vinho, vodka e milhares de pontas de baseado espalhadas pelo chão, sem a menor idéia de onde eu estava. olhei ao meu redor, pensei com muita força - "será que este é um planeta distante?" - e lembrei.
era meu quarto mesmo. no outro canto, tinha um corpo inerte. de homem. acho que não transamos (minha memória não me ajudava...), pensei que ele estivesse morto.
levantei do chão, cambaleando. esbarrei no corpo. o cara gemeu (ufaaaa! está vivo!). ele virou, era bonitinho, quis dar pra ele.

meados de agosto, 2001: naquele dia, trepei loucamente com o desconhecido. até hoje, não sei qual era o nome do cara. a gente trepou até anoitecer e ele foi embora escondido. esperei meus pais sairem pra jantar e botei ele pra fora de casa. em meados de agosto de 2001, cheirei pó como se não houvesse amanhã, a M. trouxe um papel caprichadinho. Siacabamos.
Depois, bebemos vodka com gelo. e saímos pra balada.

Horas depois, acordei num hospital, sem lembrar de quase nada. O carro havia se transformado em um monte de ferro retorcido, Mariana estava em coma e eu... eu não tinha memória.

fim de agosto de 2001: me internaram em uma clínica de reabilitação em São Paulo. O nome não importa, porque a clínica era um lixo. Bonita por fora, podre por dentro. Me entupiram de remédio e eu engordei 20 quilos.
Saí 1 mês depois. Desorientada e sendo atendida por um psiquiatra de merda, resolvi voltar pro pó que eu ganhava mais.

(continua...)

Um comentário:

Unknown disse...

Ô coisa triste! Credo!

Pelo menos o cara era bonito.